Pacientes com doença do refluxo não controlada podem evoluir com Esôfago de Barret que é uma doença esofágica onde ocorre uma alteração do revestimento interno do esôfago, na tentativa de se proteger contra o refluxo (retorno de conteúdo ácido do estômago para o esôfago), o esôfago muda o tipo de célula da sua mucosa, ou seja, ocorre uma mutação no tecido esofágico.
No esôfago de Barret o tecido fica similar ao tecido do intestino, por isso é também chamado de metaplasia intestinal. O diagnóstico é realizado através da endoscopia com biópsias do esôfago.
Pacientes com Esôfago de Barret precisam realizar endoscopia de controle frequentemente, pois essa doença é um fator de risco para o câncer esofágico. É necessário realizar a prevenção através do controle do refluxo para evitar que o esôfago de Barret evolua para câncer. Essa evolução ocorre de forma gradativa ao longo dos anos, o primeiro estágio é a metaplasia intestinal sem displasia que pode evoluir para displasia de baixo grau e em seguida para displasia de alto grau que é o último estágio antes do câncer esofágico.
A ablação endoscópica por radiofrequência é um tratamento endoscópico que evita a progressão da displasia, sendo possível até eliminar o esôfago de Barret. Nesse procedimento o endoscopista, através de um cateter no esôfago, irá aplicar um calor para remover o tecido pré-canceroso. Todo o tratamento é realizado por endoscopia, o paciente estará sedado e não sentirá desconforto durante o procedimento.
Após o procedimento o paciente terá alta no mesmo dia, mas deverá seguir orientações médicas como repouso, dieta líquida por alguns dias, depois dieta pastosa e em seguida dieta normal, além disso fará uso de medicamentos para evitar dor e náuseas. Após 3 meses do tratamento o paciente realizará uma nova endoscopia de controle para avaliar o tecido esofágico, em alguns casos, a depender do tamanho do esôfago de Barret, pode ser necessário realizar novo tratamento.
O tratamento com radiofrequência é bastante efetivo, pode reduzir o risco de progressão para câncer em até 94% de chance. Porém mesmo com o tratamento de ablação endoscópica por radiofrequência o paciente deverá manter acompanhamento médico para controle de refluxo e para controle endoscópico.